27 de Março, 2024
O desejo de exercer a medicina em terras portuguesas tem atraído cada vez mais médicos brasileiros em busca de novas oportunidades e desafios. Portugal, com sua qualidade de vida invejável, clima agradável e similaridade cultural e idiomática, oferece um cenário promissor para profissionais de saúde que buscam uma experiência enriquecedora no exterior. Neste artigo, vamos explicar passo-a-passo, o caminho a seguir para ser médico em Portugal, desde o reconhecimento do diploma e da especialidade, até os desafios enfrentados e as recompensas alcançadas por aqueles que trilham esse caminho.
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O curso de medicina em Portugal tem a mesma duração, 6 anos, e estrutura curricular semelhante aos dos atuais bacharelados em medicina no Brasil. Mas, diferente do Brasil, os alunos em Portugal já acabam com grau de mestre em medicina.
A integração da Licenciatura com o Mestrado em Portugal é reflexo do “Tratado de Bolonha”, cujo objetivo foi criar cursos universitários com estruturas curriculares semelhantes em toda a União Europeia, não só para serem equiparados entre os vários Estados Membros, mas também para se tornarem competitivos internacionalmente.
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Caso você não tenha feito o seu curso medicina em Portugal, terá que passar pelo processo de equivalência da sua Licenciatura/Graduação para ter o seu título reconhecido no país. Na verdade, ao final do processo, o seu título estrangeiro será reconhecido como equivalente ao grau de mestre em medicina em Portugal (ainda que você não tenha o título de mestre no país da sua formação).
O processo é realizado em 4 etapas eliminatórias e sucessivas:
1. Etapa documental: entrega dos documentos necessários na candidatura;
2. Prova Teórica: passou a ser única e realizada na mesma data em todas as Escolas Médicas Portuguesas integrantes da comissão;
3. Prova Prática: realizada caso o candidato tenha aprovação na etapa anterior;
4. Prova Pública: apresentação de um trabalho científico perante um júri de professores (para quem possui mestrado, é a defesa da sua respectiva dissertação).
Importante: os candidatos não oriundos de países lusófonos costumam ser convidados a participar de um teste escrito para evidenciar sua competência adequada na língua portuguesa.
Para mais detalhes sobre o processo, confira nosso artigo completo sobre equivalência de diploma médico em Portugal.
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Na Atlantic Bridge, sugerimos que a fase de coleta documental seja finalizada até junho para que possam ser encaminhados à DGES até 1º de agosto. Quanto às provas teóricas, atualmente, o processo ocorre anualmente, com o encerramento das inscrições em novembro e a realização da prova teórica em janeiro do ano seguinte. O tempo necessário para completar todas as etapas do processo de equivalência do diploma varia de acordo com a programação das provas, podendo levar em média 12 meses para concluir todo o processo.
Os valores vão depender da instituição escolhida para fazer essa validação. O preço médio é em torno de 550€ pela matrícula e exames.
O processo de reconhecimento do diploma médico estrangeiro em Portugal é um passo fundamental para médicos que desejam exercer a profissão neste país. No entanto, os procedimentos a seguir variam de acordo com o perfil profissional de cada indivíduo:
Após finalizar o processo de equivalência do diploma médico em Portugal, o profissional torna-se elegível para se registrar na Ordem dos Médicos e praticar medicina no país (com ou sem autonomia, conforme explicado anteriormente).
Esse é um procedimento burocrático que pode demandar algum tempo (de 3 a 6 meses). Envolve a avaliação minuciosa da documentação pelo comitê da Ordem dos Médicos. É comum que ocorram solicitações adicionais relacionadas à autonomia profissional durante essa avaliação.
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Concluída a etapa anterior, é hora de formular um pedido de reconhecimento da sua especialidade médica em Portugal. Esse processo implica em apresentar uma solicitação à Ordem dos Médicos, após sua inscrição neste órgão, que será minuciosamente analisada pelo respectivo Colégio de Especialidade.
Durante esse procedimento, é fundamental apresentar um Memorial Curricular detalhado, que descreva minuciosamente toda a experiência acadêmica e profissional do interessado. O objetivo é evidenciar a equivalência entre a carga horária e o programa de formação da especialidade médica obtida no exterior e os padrões aplicáveis em Portugal.
Após a submissão do pedido e dos documentos pertinentes, será constituído um júri pelo Colégio de Especialidade da Ordem dos Médicos. Esse júri conduzirá uma análise meticulosa e individualizada, podendo tomar uma das seguintes decisões:
É importante ressaltar que essa etapa envolve uma significativa margem de subjetividade na avaliação, tanto em relação ao nível de exigência estabelecido por cada Colégio de Especialidade, quanto à formação complementar que pode ser requerida. O processo é burocrático e pode demorar bastante! O prazo médio para análise dos pedidos pode variar consideravelmente, podendo levar de 6 meses a 2 anos. Em alguns casos, pode mesmo não haver reconhecimento da especialidade. Infelizmente o argumento é baseado, muitas vezes, em estrutura curricular e tempo de formação, que na maior parte das especialidades é superior aqui.
Cada especialidade tem seus critérios específicos, muitos delas têm programas estruturados com número de procedimentos mínimos a serem cumpridos para a conclusão da especialidade e exigem um exame final de conclusão que muitas vezes também é exigido aos médicos que pedem equivalência da especialidade (semelhante a um exame para Título de Especialista no Brasil, tipo TEG ou TEP).
Mas calma, não se desespere! Existem também muitos casos de sucesso no processo de reconhecimento de diferentes especialidades de brasileiros.
Recomendamos aos nossos clientes buscar apoio em escolas especializadas na preparação de médicos estrangeiros para a PNA- a Prova Nacional de Acesso à Especialidade Médica. Essas instituições costumam oferecer videoaulas, aulas ao vivo, casos clínicos, eBooks, quizzes, exames de simulação: tudo o que puder te ajudar a se preparar para estudar. Além disso, prestam todo o suporte necessário para a preparação do Memorial Curricular, uma espécie de currículo gigante e detalhado de toda a sua experiência acadêmica e profissional do candidato. A Atlantic Bridge, juntamente com seus parceiros, está apta a oferecer esse serviço. Entre em contato conosco e solicite um orçamento.
Os médicos estão entre os profissionais mais bem pagos do país, sobretudo os que trabalham para a rede privada. Os valores vão depender sempre da especialidade e de onde o médico irá trabalhar.
No Sistema Nacional de Saúde- SNS costuma pagar em torno de 25€ brutos por hora nas urgências. Já especialistas, com carga de trabalho de 35 horas semanais, podem ganhar cerca de 3.500€ brutos mensais. Enquanto médicos sem especialidade normalmente não ganham muito mais que 2.000€ mensais.
Já na rede privada, um cardiologista experiente, por exemplo, que trabalhe diariamente, dificilmente vai ganhar menos de 10 mil euros por mês, como nos revelou o Dr. Bernardo Medeiros, brasileiro que já atua no mercado português há alguns anos.
Os desafios enfrentados por médicos que desejam exercer a profissão em Portugal podem variar significativamente de acordo com a experiência pessoal de cada um. Conforme observado pela Dra. Mariana Ramalho, que atua no Centro Hospitalar São João, alguns desses desafios incluem:
Barreira linguística: Para os brasileiros, o problema não é a língua, mas sim a adaptação aos termos técnicos da profissão e à comunicação com colegas que pode ser desafiadora. A comunicação efetiva com idosos e crianças pode exigir um esforço adicional, mas geralmente é bem-sucedida com paciência e adaptação. “O segredo é: se não sabe explicar “à portuguesa”, basta falar mais devagar que tudo se entende”, sugere a médica.
Compreensão do sistema de saúde: É fundamental entender o funcionamento do sistema de saúde local para fornecer um cuidado adequado aos pacientes. Isso inclui conhecer as regras, entender a posição na cadeia de cuidados de saúde para não duplicar pedidos de Métodos Complementares de Diagnóstico e otimizar o uso de recursos disponíveis.
Preconceito: Médicos estrangeiros podem enfrentar desconfiança inicial e a necessidade de provar sua competência e adaptabilidade. Além disso, questões de preconceito de gênero também podem surgir, exigindo uma postura profissional firme e assertiva, principalmente para as médicas.
A Dra. Mariana Ramalho é parceira da Atlantic Bridge e médica brasileira que atua em Portugal desde 2015. Ela conta-nos um pouco mais de sua história de perseverança no país:
“Ainda me lembro, em meados de 2011, do dia que eu disse: “Mãe, não quero mais morar no Brasil”. Foi uma panaceia, um desconforto coletivo na família e nos amigos! Sim, na época Portugal estava em crise e o Brasil parecia prosperar. Eu, jovem Médica, supostamente com um futuro promissor pela frente no Brasil.Mas a minha vontade de viver o novo, num lugar mais justo, mais seguro e onde meu trabalho fosse valorizado não apenas pelo valor monetário, mas também pela dignidade do local de trabalho e atendimento aos pacientes era tanta que montei a minha estratégia.
Foi um processo longo de planejamento e pesquisa para poder exercer a medicina desse lado de cá do Atlântico (comecei em 2011 mas só vim para Portugal de fato em 2013!). Não havia tanta informação disponível e na verdade eu só conheci uma pessoa que tinha feito o processo antes de mim e que, por ironia do destino, conheci através de uma amiga portuguesa que na época vivia no Brasil.
Liguei para quase todas as faculdades em Portugal, mandei vários e-mails e as respostas foram chegando e eu estruturei o melhor plano naquela época. Não havia suporte como hoje existe, seja via redes sociais ou através de empresas que tratassem do assunto com tanta eficiência e seriedade. Sim, isso teria facilitado e muito o meu caminho. Haveria muito mais objetividade, teria perdido menos tempo e tido bem menos estresse que valeria cada centavo investido! Em resumo, diria que estes são os principais desafios enfrentados por quem deseja ser médico em Portugal. Entretanto, no final das contas, considero que superar cada um dos desafios valeu a pena e hoje cá permaneço desse lado do Atlântico, com a certeza que a minha “loucura” foi meu melhor acerto!”
Dra. Mariana Ramalho
Exercer a medicina em Portugal pode ser uma jornada desafiadora, mas recompensadora. Apesar do processo de transição não ser tão simples e nem rápido, com acesso à informação certa e segura, com um planejamento adequado o seu percurso pode ser muito mais suave e tranquilo. Coragem!
A Atlantic Bridge oferece suporte abrangente aos médicos estrangeiros que desejam revalidar seus diplomas, incluindo parcerias com instituições especializadas na preparação para as provas de equivalência. Além disso, auxiliamos em todas as etapas do processo, desde a obtenção de vistos de residência até a assistência na aquisição de documentos e na mudança completa para Portugal. Estamos comprometidos em tornar essa transição o mais suave e bem-sucedida possível, capacitando médicos a alcançarem seu potencial profissional e pessoal em terras portuguesas. Caso queira falar com um especialista, clique aqui.
Autor:
Atlantic Bridge